Parapenteluso

Esta página não tem pretensões. Não queremos competir com nenhuma das iniciativas já desenvolvidas, nem ser melhor ou pior. Tem como objectivo partilhar algumas ideias e algumas fotos, com quem nos queira visitar e de certa forma divulgar um pouco do que é possível fazer no âmbito deste desporto, quando quem o pratica tem família, trabalho e o tempo livre que qualquer pessoa normal tem ( pouco). FOTOS: http://www.cgau.fototime.com

2/17/2006

A IMPORTÃNCIA DA VISÃO


Bibliografia:
Medical Facts for Pilots
Publication AM-400-90/2Prepared by:Aeromedical Education DivisionAAM-400, P.O. Box 25082Federal Aviation AdministrationCivil Aerospace Medical Institute

Dos nossos cinco sentidos, a visão é o “sentido” mais importante para um piloto. A maioria dos pilotos está familiarizada com a óptica do olho e quando tem problemas de visão é normal já os conhecer previamente e até já usar as respectivas correcções.

Em voo a visão tem uma importância muito para além das questões relacionadas com a óptica. A visão em voo, permite combinar as imagens recebidas na retina, com muitos outros sinais que são recebidos no nosso cérebro.

O nosso campo de visão é bastante grande mas a acuidade varia muito com o ângulo em que os objectos se nos apresentam, sendo máxima para ângulos muito pequenos. Dentro de um cone com 1º de abertura, a nossa acuidade é máxima, mas fora de um cone com 10º de abertura, só temos 1/10 da acuidade máxima possível.
Podemos avistar uma aeronave a 1500m desde que se aproxime dentro do cone de 1º, mas com a visão periférica só conseguiremos distingui-la a 150m. É por isso que durante o voo é necessário rodar a cabeça constantemente, para, utilizando a nossa melhor acuidade avistarmos todos os obstáculos que se nos podem apresentar (utilizando o cone de maior acuidade dos 10º) e tentar evitar o uso da visão periférica, que nos pode pregar alguma partida.

Outro problema que se coloca, tem a ver com a nossa capacidade de focagem. Quando o horizonte está pouco nítido, devido a bruma neblina ou outra razão qualquer, dias do tipo “cinzento”, um pouco obscurecidos, ou mesmo quando voamos até “quase de noite”, a nossa capacidade de focagem fica afectada porque os nossos olhos relaxam após cerca de 60 a 80 segundos de tentativa de focagem, revertendo para uma distancia focal bastante curta em frente da nossa direcção de voo. Ficamos assim limitados em termos de visão para “longe”.

É recomendado que se tente um exercício de focagem repetido, que consta de focar o objecto mais distante que se consegue avistar de forma nítida, nem que seja a ponta da nossa asa, sempre antes de fazermos o varrimento do espaço à nossa frente. Este procedimento pode ser repetido tantas vezes quantas as necessárias durante todo o voo, pois melhora a nossa capacidade de detecção.
Também é importante a forma como devemos fazer o varrimento. Grande parte dos pilotos preocupa-se sobretudo com o que se passa na sua frente, mas grande número de colisões verificam-se entre aeronaves que seguem aproximadamente na mesma direcção, 42%, enquanto que as colisões frontais são apenas de 8%. Assim, as possibilidades que temos de colidir, são sobretudo com aeronaves que estamos a ultrapassar ou nos ultrapassam sem que estejam em contacto visual mútuo, e são cinco vezes superiores à situação de colisão frontal. ( no parapente a situação não deve ser muito diferente!)

Anomalias visuais.
Toda a gente já teve ilusões ópticas, ou anomalias visuais, depende do nome que se quiser adoptar. Como pilotos devemos estar alerta para identificar eventuais ilusões que nos surjam, como sensação de objectos a moverem-se para cima ou para baixo, quando alteramos a nossa altitude ( a nossa altura está a variar constantemente), sobretudo quando a luminosidade é mais fraca e ao anoitecer.
De parapente é proibido voar de noite, mas se por algum motivo estivermos a voar nessas condições, cuidado com a “autocinese” quando se fixa um ponto luminoso num fundo escuro. Depois de alguns segundos fica-se com a sensação de movimentos erraticos da nossa parte ou da fonte luminosa.
-Para prevenir esta situação , mantenha os olhos em movimento.
-Não se fixe num único ponto luminoso durante muito tempo.
-Olhe cerca de 10º para cima, para baixo ou para os lados, do objecto ou ponto luminoso, utilizando a sua visão periférica
-Mantenha-se atento à evolução da suas capacidades visuais em terra e em voo.
Como voamos por lazer ( quase todos), se se sentir cansado aterre. Se sentir que a visibilidade diminuiu, que está a ficar escuro e que já não é fácil distinguir as outras asas, dirija-se para a aterragem em segurança, se para si já existem algumas dificuldades visuais, como será para os outros pilotos? Colisões eminentes estão a tornar-se numa situação quase rotineira, não arrisque!
-A visão a longa distancia é necessária para descolar, aterrar, observar o terreno, controlo de altitude etc. e é muito importante para evitar colisões em voo, detectando as outras asas com antecipação.
-A visão a curta distância é importante para ver o alti - vario, radio- frequências, consultar mapas etc.
-A visão a média distancia é importante para vermos a nossa asa fios etc.

Conheça as suas capacidades visuais, mas sobretudo as suas limitações e se necessário use lentes de correcção. Lembre-se que a vista é fundamental para podermos voar em segurança.