Parapenteluso

Esta página não tem pretensões. Não queremos competir com nenhuma das iniciativas já desenvolvidas, nem ser melhor ou pior. Tem como objectivo partilhar algumas ideias e algumas fotos, com quem nos queira visitar e de certa forma divulgar um pouco do que é possível fazer no âmbito deste desporto, quando quem o pratica tem família, trabalho e o tempo livre que qualquer pessoa normal tem ( pouco). FOTOS: http://www.cgau.fototime.com

2/17/2006

GESTÃO DO RISCO


Nota:
1. A liberdade que o voo livre permite é um bem precioso, mas também o seu pior inimigo.

2. Nós podemos dar conselhos apropriados e indicações úteis, mas é arriscado, porque seremos mal interpretados na maioria das vezes.

3. Eu já cometi alguns erros bem à vista de todos, apercebi-me que os tinha cometido, mas como corrigi atempadamente, não aconteceu nada. Só em duas dessas situações, pilotos muito mais experientes e que fazem o favor de ser meus amigos, vieram alguns minutos depois falar comigo e tentar fazer-me perceber a asneira que tinha acabado de cometer, e as consequências que daí podiam advir, (eu sabia que tinha feito qualquer coisa errada, pois que o tinha sentido, mas não tinha identificado o erro). A atitude que tomaram foi um pouco a medo, deu para reparar, pois embora sendo meus amigos estavam com receio de ser mal interpretados. Gostei que o tivessem feito e agradeci. O facto de terem falado comigo fez com que ficasse gravado na minha mente o procedimento correcto para não mais repetir aquele erro.

4. Nem todos os pilotos reagem correctamente às chamadas de atenção, mesmo quando efectuadas por pilotos com créditos, e que o fazem de uma forma educada. Quando acharem útil e sobretudo quando se aperceberem que é uma questão de segurança, nunca deixem de fazer uma recomendação . Pode cair em saco roto ou ser mal recebida, mas não desistam.
5. O nosso comportamento relativamente ao voo é muito parecido com a maneira como encaramos a circulação rodoviária em Portugal! Em Portugal sim! porque lá fora cumprimos como toda a gente.


GESTÃO DO RISCO
No nosso dia a dia, em cada uma das actividades que desenvolvemos, estamos constantemente a tomar decisões e em cada uma delas está sempre presente a “gestão do risco”. O parapente é um desporto exigente em termos de tomada de decisão, desde que carregamos a asa para a viatura e nos deslocamos para um local de voo, até chegarmos de novo a casa, temos de tomar múltiplas decisões, em que está sempre presente a “gestão do risco”.
Para uma qualquer actividade, com o treino, aumenta a experiência e melhora a nossa capacidade para “Gestão do Risco”. É esta a razão porque voando muitas vezes não diminuímos o perigo, mas diminui o risco, uma vez que através do aumento da nossa experiência , melhoramos as nossas capacidades de “gestão de risco”. Vejamos então algumas definições simples, que nos podem ajudar a perceber a razão pela qual sendo o parapente uma modalidade perigosa, a sua prática pode não apresentar grande risco.

Perigo- Condição potenciadora de ferimentos, danos e degradação / incumprimento dos objectivos.

Risco – Resultado do produto da probabilidade pela gravidade da perda consideradas num determinado período de tempo.

Avaliação do risco- Processo de calcular o risco que uma situação de perigo comporta.
Gestão do Risco- Processo global de controlo do risco, envolvendo a sua avaliação e a tomada de decisão em conformidade, desenvolvendo e implementando os respectivos mecanismos de controlo.( Atingir os objectivos propostos com o mínimo risco possível).
Mecanismos de controlo do risco- Acções desenvolvidas com o intuito de reduzir o risco.
Exemplos: Manuais de procedimentos, Uso de equipamento de protecção individual (capacete, arnês com protecção dorsal, botas adequadas).etc..
Arriscar - Tomada de decisão sem qualquer tipo de avaliação prudente, reguladora do risco envolvido em determinada acção.

O processo de gestão do risco compreende vários princípios, no entanto permito-me salientar apenas os seguintes:

Não aceitação de riscos desnecessários Devem ser eliminadas todas as situações de risco que não sejam fundamentais para atingir os objectivos.( De acordo com os objectivos estabelecidos, poderão ser ou não admitidos determinados riscos- Em competição, para tentar bater um recorde etc. Será possível admitir riscos mais elevados do que em actividades de lazer ).

Aceitação de situações de risco apenas quando os BENEFÍCIOS suplantam os RISCOS.
Obviamente não tem lógica arriscar 200 escudos, quando o máximo que se pode ganhar são 100.

O risco é traduzido em perdas esperadas. Estas resultam do produto da magnitude da perda esperada, pela probabilidade de ocorrência da mesma.

O parâmetro probabilidade é afectado pela exposição à situação de perigo. A exposição repetida a situações de perigo, aumenta grandemente a probabilidade total de ocorrência de um acidente.
Mas por outro lado com uma adequada gestão do risco, essa probabilidade diminui.

Interacção – Se duas ou mais situações de perigo estão presentes num dado momento, o risco global resultante não se limita à soma isolada dos riscos respectivos, mas é influenciado por um factor de carácter multiplicativo.

Como seres humanos que somos, temos tendência para interpretar a informação que nos é enviada pelo meio ambiente, para os sentidos da visão, da audição, do olfacto, do tacto, do gosto, com o coração e não com o cérebro. Temos de combater essa tendência.
Para que o parapente seja cada vez mais seguro
Voemos com a “ CABEÇA” e “ MUITO”
Bons voos.